O OUTRO LADO

O OUTRO LADO – (28/02/2008) tema: Eu - virtual.

Nada poderia embriagar-me mais que está ali, era certo, independente de qualquer coisa que acontecesse. O mundo poderia nem parar para mim, e não para mesmo, mas eu estava feliz com todo aquele clima de sedução.
Se era real? Devia ser... Porque emoções agente sente. Para mim era o suficiente as vezes que te escutava falar de nós.
Poderia eu passar o resto de minha vida ali? Quem sabe, mas eu queria mais, assim como podia ouvir as batidas do teu coração do outro lado. Essa fria neblina que se imponha diante de nós era pequena fazer sumir sentimentos.
Todas as vezes que eu olhava aquela imensidão achava que as minhas palavras ainda poderiam se perder na frieza dessa neblina, mas todas as vezes que a olhava, via os teus sentimentos postos eu acreditava que o mundo era nosso. E era, porque o havíamos criado.
Tampouco me preocupava com a distancia posta, sentia teu coração palpitar, as mãos se entrelaçavam devagar, teu corpo eu até podia sentir, o calor da sua voz eu deixava que embebesse a minha alma e me entregava a todas aquelas horas permanente.
A “rede” tinha um lugar só nosso, o perfume que podíamos sentir todas as vezes que ligava aquele mundo. Do lado de lá estava eu também, porque metade de mim vivia num mundo que nem eu mesma poderia chegar. Que tipo de sentimento era aquele que não me concebia a chance de tocar os teus lábios? Via-me em pensamentos fervilhando como um frenesi. E eu do lado de lá me via.
...mas que antes eu estava ali e era a primeira vez que veríamos os nossos rostos, foi uma chuva de emoções, nadei naquele rio negro e profundo que eram os teus olhos a noite era cinza para todo aquele brilho, e pela primeira vez eu tinha a certeza que encontrara a outra metade de mim mesma, ficamos mudos diante de toda a grandeza de nossas faces embriagadas pelo prazer do olhar. O tempo foi narrando nossa historia. Ouve sorrisos, gestos, lágrimas de saudades e dor.
Noutra meu coração apertado sentiu frio, que mal poderia se atacar? O tempo tragou nossa historia, quis devorar e fui devorada, quis trazer e fui levada. Porque muito embora eu quisesse estar lá, fui condenada sem ti estar aqui.
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